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quinta-feira, 3 de março de 2011

FAMILIA



O que deves dizer à tua mulher? Diz-lhe com muita ternura:
«Escolhi-te, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. A existência presente nada é; por essa razão, as minhas orações, as minhas recomendações e todas as minhas ações destinam-se a fazer que nos seja dado passar esta vida de tal maneira, que voltemos a reunir-nos na vida futura sem qualquer receio de separação. O tempo que vivemos é breve e frágil. Se nos for dado agradar a Deus durante esta vida, estaremos para sempre com Cristo e um com o outro, numa felicidade sem limites. O teu amor arrebata-me mais que tudo, e não conhecerei infelicidade tão insuportável como a de estar separado de ti.
Mesmo que tivesse de perder tudo, de ser pobre que nem um mendigo, de passar pelos maiores perigos e de sofrer fosse o que fosse, tudo isso mês seria suportável desde que o teu afecto por mim não diminuísse. Só com base neste amor desejo ter filhos.E convém que adeques o teu comportamento às palavras... Mostra à tua mulher que aprecias viver com ela e que, por causa dela, preferes estar em casa que na rua. Prefere-a a todos os teus amigos, e mesmo aos filhos que ela te deu; e que estes sejam amados por ti por causa dela... Fazei as vossas orações em comum. Ide à igreja e, ao regressar a casa, contai um ao outro o que foi dito e o que foi lido... Aprendei a temer a Deus, e tudo o resto decorrerá daqui, e a vossa casa encher-se-á de inúmeros bens. Aspiremos aos bens incorruptíveis, que os outros não nos faltarão. Procurai primeiro o Reino de Deus, e o resto ser-vos-á dado por acréscimo, diz-nos o evangelho (Mt 6, 33)."





... Reconcilia-te com o teu adversário – advertiu Cristo – enquanto estás a caminho com ele.E não é precisamente no círculo aconchegante da família que estamos a caminho com aquele que a nossa insensatez converteu em adversário? O espiritismo coloca, pois, sob perspectiva inteiramente renovada e até inesperada, além de criativa e realista, a difícil e até agora inexplicável problemática do inter-relacionamento familial. Se um membro de nossa família tem dificuldades em nos aceitar, em nos entender, em nos amar, podemos estar certos de que tais dificuldades foram criadas por nós mesmos num relacionamento anterior em que as nossas paixões ignoraram o bom senso.- E a repulsão instintiva que se experimenta por algumas pessoas, donde se origina? Perguntou Kardec aos seus instrutores
- São espíritos antipáticos que se adivinham e reconhecem, sem se falarem.
O ponto de encontro de muitas dessas antipatias, que necessitam do toque mágico do amor e do entendimento, é a família consangüínea, célula de um organismo mais amplo que é a família espiritual, que por sua vez, é a célula da instituição infinitamente mais vastas que são a família mundial e, finalmente, a universal.A Doutrina considera a instituição do casamento como instrumento do “progresso na marcha da humanidade” e, reversamente, a abolição do casamento como “uma regressão à vida dos animais”. (Questões 695 e 696, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS). Como vimos há pouco, é também essa a opinião dos cientistas especializados responsáveis.Ao comentar as questões indicadas, Kardec acrescentou que – “O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos. O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas”.No que, mais uma vez, estão de acordo estudiosos do problema do ponto de vista científico e formuladores e divulgadores da Doutrina Espírita.Isto nos leva à delicada questão do divórcio, reconhecido como uma das principais causas desagregadoras do casamento e, por extensão, da família.O problema da indissolubilidade do casamento foi abordado pelos Espíritos, de maneira bastante sumária, na Questão nº. 697. Perguntados sobre se “Está na lei da Natureza, ou somente na lei humana a indissolubilidade absoluta do casamento”, responderam na seguinte forma:- É uma lei muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis.O que, exatamente, quer dizer isso?Em primeiro lugar, convém chamar a atenção para o fato de que a resposta foi dada no contexto de uma pergunta específica sobre a indissolubilidade absoluta. Realmente, a lei natural ou divina não impõe inapelavelmente um tipo rígido de união, mesmo porque o livre arbítrio é princípio fundamental, direito inalienável do ser humano. “Sem o livre arbítrio – consta enfaticamente da Questão nº. 843 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS – o homem seria máquina”



.A lei natural, por conseguinte, não iria traçar limites arbitrários às opções humanas, encadeando homens e mulheres a um severo regime de escravidão, que poderá conduzir a situações calamitosas em termos evolutivos, resultando em agravamento dos conflitos, em lugar de os resolver, ou pelo menos atenuá-los.Ademais, como vimos lembrando repetidamente, o Espiritismo não se propõe a ditar regras de procedimento específico para cada situação da vida. O que oferece são princípios gerais, é uma estrutura básica, montada sobre a permanência e estabilidade de verdades testadas e aprovadas pela experiência de muitos milênios. Que dentro desse espaço se movimente a criatura humana no exercício pleno de seu livre arbítrio e decida o que melhor lhe convém, ante o conjunto de circunstâncias em que se encontra.O casamento é compromisso espiritual previamente negociado e acertado, ainda que nem sempre aceito de bom grado pelas partes envolvidas. São muitos, senão maioria, os que se unem na expectativa de muitos anos de turbulência e mal-entendidos porque estão em débito com o parceiro que acolhem, precisamente para que se conciliem se ajustem, se pacifiquem e se amem ou, pelo menos, se respeitem e estimem.Mergulhados, porém, na carne, os bons propósitos do devedor, que programou para si mesmo um regime de tolerância e autocontrole, podem falhar. Como também pode exorbitar da sua desejável moderação o parceiro que vem para receber a reparação, e em lugar de recolher com serenidade o que lhe é devido (e outrora lhe foi negado) em atenção, apoio, segurança e afeto, assume a atitude do tirano arbitrário que, além de exigir com intransigência o devido, humilha, oprime e odeia o parceiro que, afinal de contas, está fazendo o possível, dentro das suas limitações, para cumprir seu compromisso. Nesses casos, o processo de ajuste – que será sempre algo difícil mas poderá desenrolar-se em clima de mútua compreensão – converte-se em vingança irracional.Numa situação dessas, mais freqüentes do que poderíamos supor, a indissolubilidade absoluta a que se refere a Codificação seria, de fato, uma lei antinatural. Se um dos parceiros da união, programada com o objetivo de promover uma retificação de comportamento, utilizou-se insensatamente da sua faculdade de livre escolha, optando pelo ódio e a vingança, quando poderia simplesmente recolher o que lhe é devido por um devedor disposto a pagar, seria injusto que a lei recusasse a este o direito de recuar do compromisso assumido, modificar seus termos, ou adiar a execução, assumindo, é claro, toda as responsabilidades decorrentes de seus atos, como sempre, aliás.A lei divina não coonesta a violência que um parceiro se disponha a praticar sobre o outro. Além do mais, a dívida não é tanto com o indivíduo prejudicado quanto com a própria lei divina desrespeitada.



No momento em que arruinamos ou assassinamos alguém, cometemos, claro, um delito pessoal de maior gravidade. É preciso lembrar, contudo, que a vítima também se encontra envolvida com a lei, que, paradoxalmente, irá exibir a reparação da falta cometida, não para vingá-la, mas para desestimular o faltoso, mostrando-lhe que cada gesto negativo cria a sua matriz de reparação. O Cristo foi enfático e preciso ao ligar sempre o erro à dor do resgate. “Vai e não peques mais, para que não te aconteça coisa pior”, disse ele.Não há sofrimento inocente, nem cobrança injusta ou indevida. O que deve paga e o que está sendo cobrado é porque deve. Assim a própria vítima de um gesto criminoso é também um ser endividado perante a lei, por alguma razão concreta anterior, ainda que ignorada. Se, em lugar de reconciliar-se, ela se vingar, estará reabrindo sua conta como novo débito em vez de saldá-la.A lei natural, portanto, não prescreve a indissolubilidade mandatária e absoluta do casamento, como a caracterizou Kardec na sua pergunta. Conseqüentemente, a lei humana não deve ser mais realista do que a outra que lhe é superior; deve ser flexível, abrindo espaço para as opções individuais do livre arbítrio.Isso, contudo, está longe de significar uma atitude de complacência ou de estímulo à separação dos casais em dificuldades.


O divórcio é admissível, em situações de grave conflito, nas quais a separação legal assume a condição de mal menor, em confronto com opções potencialmente mais graves que projetam ameaçadoras tragédias e aflições imprevisíveis: suicídios, assassinatos, e conflitos outros que destroem famílias e acarretam novos e pesados compromissos, em vez de resolver os que já vieram do passado por auto-herança.Convém, portanto, atentar para todos os aspectos da questão e não ceder precipitadamente ao primeiro impulso passional ou solicitação do comodismo ou do egoísmo. Dificuldades de relacionamento são mesmo de esperar-se na grande maioria das uniões que se processam em nosso mundo ainda imperfeito. Não deve ser desprezado o importante aspecto de que o casamento foi combinado e aceito com a necessária antecipação, precisamente para neutralizar diferenças e dificuldades que persistem entre dois ou mais Espíritos.O que a lei divina prescreve para o casamento é o amor, na sua mais ampla e abrangente conotação, no qual o sexo é apenas a expressão física de uma profunda e serena sintonia espiritual. Estas uniões, contudo, são ainda a exceção e não a norma. Ocorre entre aqueles que, na expressão de Jesus, Deus juntou, na imutável perfeição de suas leis. Que ninguém os separe, mesmo porque, atingida essa fase de sabedoria, entendimento e serenidade, os Espíritos pouco se importam de que os vínculos matrimoniais sejam indissolúveis ou não em termos humanos, dado que, para eles vige a lei divina que já os uniu pelo vínculo supremo do amor.Em suma, recuar ante uma situação de desarmonia no casamento, de um cônjuge difícil ou de problemas aparentemente insolúveis é gesto e fraqueza e covardia de graves implicações.


Somos colocados em situações dessas precisamente para resolver conflitos emocionais que nos barram os passos no caminho evolutivo. Estaremos recusando exatamente o remédio prescrito para curar mazelas persistente que se arrastam, às vezes, por séculos ou milênios aderidas à nossa estrutura espiritual.A separação e o divórcio constituem, assim, atitudes que não devem ser assumidas antes de profunda análise e demorada meditação que nos levem à plena consciência das responsabilidades envolvidas.Como escreveu Paulo com admirável lucidez e poder de síntese._ “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.O Espiritismo não é doutrina do não e sim da responsabilidade, Viver é escolher, é optar, é decidir. E a escolha é sempre livre dentro de um leque relativamente amplo de alternativas. A semeadura, costumamos dizer, é voluntária; a colheita é que é sempre obrigatória.É no contexto da família que vem desaguar um volume incalculável de conseqüências mais ou menos penosas resultantes de desacertos anteriores, de decisões tomadas ao arrepio das leis flexíveis e, ao mesmo tempo, severas, que regulam o universo ético em que nos movimentamos.Para que um dia possamos desfrutar o privilégio de viver em comunidades felizes e harmoniosas, aqui ou no mundo póstumo, temos de aceitar, ainda que relutantemente, as regras do jogo da vida. O trabalho da reconciliação com espíritos que prejudicamos com o descontrole de nossas paixões, nunca é fácil e, por isso, o comodismo nos empurra para o adiantamento das lutas e renúncias por onde passa o caminho da vitória.Como foro natural de complexos problemas humanos e núcleo inevitável das experiências retificadoras que nos incumbe levar a bom termo, a família é instrumento da redenção individual e, por extensão, do equilíbrio social.


Não precisaria de nenhuma outra razão para ser estudada com seriedade e preservada com firmeza nas suas estruturas e nos seus propósitos educativos.
Amigos jovens, nesta edição continuamos as nossas reflexões sobre o ideal da maioria de vocês: formar uma família. Isso deve ser, desde já, objeto de suas preocupações em vista de chegar lá com aquela bagagem de conteúdos e formação espiritual que lhes dê a segurança necessária para a vida em família.


O QUE É FAMÍLIA? A família é um núcleo de convivência, unido por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto. É a definição que conhecemos. Entretanto, esta convivência pode ser feliz ou insuportável, pois seus laços afetivos podem experimentar o encanto do amor e a tristeza do ódio. E a morada sobre o mesmo teto? Dependendo dessas fases contrastantes, ela pode ser um centro de referência, onde se busca e se vivencia o amor, ou... um mero alojamento.A família não é algo que nos é dado de uma vez por todas, mas nos é dada como uma semente que necessita de cuidados constantes para crescer e desenvolver-se. Quando casamos, sabemos que, entre outras coisas, temos essa semente que pode germinar e um dia dar fruto: ser uma família de verdade. Devemos, portanto, estar conscientes de que é preciso trabalhá-la e cultivá-la sempre, constantemente, e com muito amor.
TEMPOS DESCONCERTANTES A família parece estar à deriva, sem referência, impotente e desprotegida diante dos embates do consumismo, bombardeada pelos meios de comunicação e incapaz de dar uma resposta a esses ataques Ela fica na defensiva. A impressão que se tem é a de que ela se conserva como um reduto afetivo, baseado principalmente na segurança do amor dos pais pelos filhos, e que se ressente, cada vez mais, da indeterminação dos papéis masculino e feminino.É possível ouvir hoje arautos que falam da família em tom triunfal, enquanto que, em outros contextos, se escutam depoimentos de verdadeiras catástrofes. Para alguns, a família é um conceito conservador, só defendido pelos retrógrados.
FAMÍLIA: AMOR REPARTIDO A família foi e ficará sempre o fundamento da sociedade. Ela transcende a qualquer partido político, sociedade, associação ou a qualquer outro gênero de agrupamento humano: ela é constituída por relações de amor! Na origem de tudo, há um amor conjugal que chama a vida a participar desse amor.


A família vem de uma opção. De fato, ela existirá a partir do momento em que um homem e uma mulher decidirem viver juntos, criar um mundo novo, um mundo diferente: uma família. Nesse mundo novo e distinto, nascerão os filhos, que se incorporarão ao projeto de vida idealizado por seus pais.É na família que os filhos desenvolverão sua personalidade. Nela crescerão, encontrarão o sentido de sua existência e amadurecerão na segurança, até que um dia também eles partirão para realizar seu próprio projeto.
O NOSSO MUNDO MUDOU Não podemos viver de modo aventureiro. De nada serve estarmos repletos de boas intenções, se não planejarmos bem as coisas. Nosso mundo tem mudado muito e rapidamente.


Há hoje muitas coisas que não estão fixadas de antemão. Em nossa sociedade, os papéis tradicionais da mulher e do homem, antes assumidos como destino inexorável, não são mais simplesmente aceitos.Hoje, o casal deve sentar-se para dialogar sobre o que realmente desejam, o que buscam, para enfim elaborar, com bastante criatividade, um projeto novo e distinto que possibilite a realização de um amor pleno. É neste projeto, em constante realização, que os filhos devem poder ter a alegria de nascer e crescer até a plena maturidade.



UMA REALIDADE DINÂMICA Ao definirmos a família como uma instituição, como a célula mãe da sociedade, quando a analisamos ou defendemos os seus direitos, queremos nos referir a uma realidade bem definida, que está aí presente, no dia-a-dia, que desempenha um papel concreto na vida das pessoas e da sociedade.Entretanto, quando adentramos no interior desta ou daquela família, deixando de lado as teorias e descendo ao palco da própria vida, observamos que a família é uma realidade dinâmica, em evolução permanente, nunca a mesma. Percebemos que cada família é um mundo à parte, com propostas e jeitos próprios e que não se repetem. É neste contexto que os planos de Deus tomam forma e são dados ao homem e à mulher em forma de semente. Deus nos criou à sua imagem, criou-nos no amor para o amor. Criou-nos para que levássemos a semente à plenitude. Deus, aquele que nos criou, pôs em nossas mãos a criação. Isso é maravilhoso, mas quanta responsabilidade isso pede daqueles e daquelas que Deus chamou a multiplicar as suas pequenas famílias nesta terra onde o mal, muitas das vezes, parece prevalecer sobre o bem.



A história das relações familiais sempre esteve atrelada à história do conhecimento humano. Na Idade Primitiva, quando o conhecimento do uso da força era vital para estabelecer a sobrevivência, as relações familiares também mantinham essa base, onde o mais forte comandava o grupo, levando o homem ao poder e a mulher à submissão. O contato com a natureza e a realização dos mitos para explicar seus diversos fenômenos também se refletem na família, como no caso da gestação, tornada um símbolo e comemorada em rituais sagrados, mitificando o poder masculino na fecundação. Com o avanço do conhecimento e o progresso social, complexificando o mundo das relações humanas, o grupo social inicia a procura de uma estabilização, aparecendo a figura do casal - um pertence ao outro - e os frutos desse envolvimento, os filhos. A família pode então ser definida como sendo o grupo formado por pai, mãe e filhos.Os cultos religiosos, de uma maneira geral, serviram para ajustar esse perfil, na procura de conceitos éticos para o viver humano.


Gregos e romanos, através das leis, procuraram manter a família, determinando direitos e deveres. Mas as guerras, a predominância de um conhecimento mitológico e a prevalência do uso da força continuariam a manter a submissão feminina no trato doméstico, e mesmo a submissão dos filhos às ordens paternas (internas) e oficiais (externas).Com o advento do cristianismo há uma retomada da discussão de ordem moral sobre a família, logo depois ofuscada de falso moralismo e preconceitos diversos. Entretanto, a verdade é que Jesus, para escândalo de muitos, protegeu a mulher e as crianças, exaltou suas virtudes e conclamou a família para uma união legítima com base na fraternidade. É o que hoje consagramos como "direitos iguais". O grande erro cometido por seus seguidores, e entenda-se aqui os teólogos da Igreja Católica, arrogando-se uma outorga divina absolutamente questionável, foi declarar que a mulher não possuía alma. Cometeram, na entrada do período chamado Idade Média, não apenas uma grave injustiça, mas uma aberração doutrinária frontalmente contrária ao conhecimento já então estabelecido.A família, enquadrada em numerosos conceitos sem razão, perdeu a espiritualidade para fixar-se no imediato materialista.


Somente a partir do século XVII, com as relações sociais mais estáveis e a crítica científica sobre a religião estabelecida, a família retoma os conceitos éticos de sua formação, estabelecendo o padrão mais conhecido: pai, mãe, filhos, avós, tios, sobrinhos, o que prevalece até à metade do século XX, quando a corrida pelo conhecimento, o domínio tecnológico, as filosofias libertárias e a ânsia do não compromisso bilateral, esfacelam as relações familiares. Hoje, redefinimos a família numa visão mais ampla e mais dinâmica, e concentramos as discussões sobre as questões do relacionamento familiar. Isso porque a desestrutura moral caracterizada pelo adultério, sexo livre, aborto, consumo de drogas, separações, violência doméstica é de tal magnitude, que já não nos interessa simplesmente definir família, mas entendê-la enquanto espaço de convivência de seres humanos. Quais as suas finalidades? Quais são seus objetivos? E sua influência na estrutura social?


Qual seu papel na formação da personalidade de seus componentes? Como deve ser compreendida do ponto de vista das relações ético-morais? Responder essas perguntas pode tornar-se um exercício exaustivo, pois a profundidade do conhecimento humano oferta-nos teorias e mais teorias, caminhos e mais caminhos.Vamos estabelecer, como princípio básico do nosso raciocínio, que as relações familiais são acima de tudo, de ordem moral. Como prova dessa afirmação aí estão as pesquisas, estatísticas, noticiários, tão fartas que páginas e mais páginas não dariam conta de seu conteúdo. E podemos chamar a nosso testemunho o cotidiano das famílias que conhecemos, inclusive a nossa, quando percebemos nelas um desgaste emocional acentuado e uma intrincada rede de dissabores morais Sendo as relações familiais de ordem moral, fica claro que as questões empregatícias, salariais, orçamentárias, culturais, de lazer, etc., ficam subordinadas aos padrões éticos estabelecidos para a convivência.Na família antiga encontramos um espaço de convivência maior entre seus membros, embora aqui não estejamos discutindo sua qualidade. Na família atual, pelo contrário, e apesar das facilidades tecnológicas, encontramos um espaço de convivência menor. A própria tecnologia é responsável indireta por isso, pois ocupamos espaços vitais para assistir televisão, ouvir música, navegar na rede mundial de computadores - a Internet - e assim por diante. Diante disso, somos forçados a declarar, em reconhecimento, que a família atual necessita de suporte para encontrar seu equilíbrio moral.A família deve participar de grupos sócio-educativos que proporcionem a ela uma retomada do seu papel e permitam uma discussão dela mesma enquanto espaço de convivência de seres humanos.Deve o leitor estar se perguntando: e o Espiritismo?


Quando o autor deste artigo vai citar a Doutrina? Mas já a citamos. Estamos com ela desde o princípio. Pois nosso pensamento está todo assentado nos princípios espíritas.Quem nos diz que a família é espaço de convivência são os Espíritos ao responderem à questão 714 de "O Livro dos Espíritos": "Os liames sociais são necessários ao progresso e os laços de família resumem os liames sociais: eis porque eles constituem uma lei natural. Deus quis que os homens, assim, aprendessem a amar-se como irmãos."Para aprender a amar seus irmãos, é preciso conviver com eles, estar com eles, relacionar-se com eles, descobrir-se com eles, nas alegrias e tristezas, construindo-se ao mesmo tempo em que ajuda o outro a construir-se e recebe auxílio daquele que está com você. A família é esse lugar, esse espaço de convivência, reunindo Espíritos através dos laços de afinidade, dos débitos passados, das promessas futuras, sempre proporcionando oportunidades de progresso no campo moral.Cabe ao Centro Espírita dimensionar os serviços de suporte à família atual, mas não de forma isolada.


Deve o Centro Espírita integrar suas ações com outras instituições, tanto de caráter religioso como social, na busca da melhor qualidade do atendimento individual e coletivo, naturalmente sem perder sua identidade doutrinária, mas objetivando o resgate da ordem moral que deve alicerçar a família como espaço de convivência.Entre os serviços de apoio à família, destacamos os cursos de formação para os pais. Allan Kardec, em artigo publicado na "Revista Espírita" de fevereiro de 1864, assim se pronuncia, enaltecendo o Espiritismo como doutrina capacitada para fomentar a educação moral: "Os novos horizontes que abre o Espiritismo fazem ver as coisas de outra maneira; sendo o seu objetivo o progresso moral da humanidade, forçosamente deverá iluminar o grave problema da educação moral, primeira fonte da moralização das massas. Um dia compreender-se-á que esse ramo da educação tem seus princípios, suas regras, como a educação intelectual, numa palavra, que é uma verdadeira ciência; talvez um dia, também, será imposta a toda mãe de família a obrigação de possuir esses conhecimentos, como se impõe ao advogado a de conhecer o Direito."O conhecimento moral deve ser propiciado aos pais pelo Centro Espírita, que é a instituição capacitada para trabalhar a família do ponto de vista da reencarnação e de sua finalidade, como espaço de convivência de Espíritos que trabalham seu progresso moral.


FAMILIA NO MEU PONTO DE VISTA , RENATO SILVA FERREIRA

a familia e o lugar , o ponto , o porto , o escoderijo mais seguro , as pessoas que nascemos , crescemos , e vivemos uma vida porque estas pessoas crescem , e cada um segue um rumo tao diferente daquilo que planejamos , fala para mim tem coisa mais legal e mais gostosa do que voce viver numa grande familia compartilhar com eles dos bons e ruins momentos , mais enfim um belo dia vc percebe que esta grande familia foi tirada de voce como um doce de uma crianca ,


voce dorme com ela e acorda sem , voce fica sem rumo aderiva ,e voce precisa continuar vivendo , fica na tua memoria apens bons momentos vividos com aquelas pessoas na qual voce amou tanto , protegeu tanto , fez tanto e muitas vezes nao e tao reconhecido por tudo que fizestes , entao voce percebe que tera que ser uma nova pessoa que o tempo de viver junto ja se passou , esta tua familia que voce possuia passou a fazer parte de uma outra familia que esta tambem passou a fazer parte de uma outra meu deus que confusao eu so queria ter uma familia , mais que tanto de familia e esta , percebe-se que tudo ta mudado , entao ou voce passa a ser uma nova pessoa e procura teu rumo na vida ou voce vai perceber que o tempo daquela familia se foi ..... renato ferreira

Um comentário:

  1. A família consangüínea, entre os homens, poder ser apreciada como o Centro essencial de nossos reflexos. Reflexos agradáveis ou desagradáveis que o pretérito nos devolve. (Emmanuel)
    Esta frase resume p/ mim o significado da família.

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