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terça-feira, 1 de março de 2011

HOMOSEXUALISMO NO PONTO DE VISTA ESPIRITA



)O Livro dos Espiritos, na resposta à questão 200 e 201, afirma com clareza que os Espiritos não têm sexo, podendo reencarnar no sexo feminino ou masculino, conforme as provações a que se devem sujeitar.
2)No mesmo livro, em resposta à questão 939, o Espirito esclarece:- Há duas espécies de afeições: a do corpo e da alma, a primeira é durável, pode ultrapassar a própria morte fisica, e a do corpo, que perece com o mesmo.





3) Há dois tipos de homosexualidade: a daquelas pessoas que têm uma disposição orgânica diferente da maioria, que os faz desejar ser de outro sexo; a daquelas pessoas que têm uma disposição orgânica igual à da maioria, mas que adquirem hábitos sexuais estranhos à sua natureza.
Então o que devemos pensar em relação a uma pessoa homosexual?Em minha opinião, o pior que podemos fazer é criticar ou julgar as pessoas. Se as atitudes das mesmas não colidem com os direitos alheios, não há qualquer razão para a sociedade não tratar os homosexuais tal como trata os heterosexuais. Apenas tenho algumas dúvidas no que se refere ao facto de casais homosexuais viverem com crianças adoptadas ou próprias, não porque isso seja moralmente errado, mas porque pode afectar psicológicamente as mesmas, face ao desvio da norma que elas podem observar em casa. Trata-se claramente de uma questão técnica para os psicólogos e não para os politicos nem para teólogos ou outros estudiosos da espiritualidade.Não vejo qualquer diferença, do ponto de vista espiritual, na afeição da alma entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos opostos, nem razão para não aceitar a diferença de comportamento de uma pessoa em relação às pessoas do mesmo sexo. Contudo há que compreender que as pessoas não são perfeitas. Os preconceitos são indesejáveis, mas nós, seres humanos, estamos ainda muito longe de nos livrarmos deles.



A afeição pelo corpo é de natureza animal. Quando há afeição da alma, pode ser também uma expressão de amor. Na minha visão das coisas, o facto de as pessoas terem necessidades sexuais, não transforma o sexo em algo sagrado. É uma necessidade fisiológica como outras.Sem criticar nem julgar ninguém, acredito que a obcessão pelo sexo pode dificultar a evolução espiritual.A homosexualidade que resulta apenas da obcessão pelo sexo, sem que haja predisposição fisica para o efeito, não me parece saudável.


Isto não é uma critica. Desde que as pessoas não afectem os direitos das outras pessoas, o mal ou o bem que resulta das suas acções é a elas que afecta, ninguém tem nada a dizer. Mas parece-me evidente que o excesso de interesse pelo sexo, é uma postura materialista perante a vida.


O oposto, isto é, a obcessão contra o sexo, é um preconceito também pouco saudável. estou convicto que é no meio que está a virtude. Em conclusão:
- Não posso falar pelo mestre Jesus, mas não acredito que ele critique ninguém pelas suas opções sexuais, desde que essas pessoas não prejudiquem ninguém. Como disse Jesus Cristo, para Deus todos somos irmãos, não havendo distinções por opção sexual, cor da pele, nacionalidade, titulos monarquicos, poder, dinheiro, etc, etc. O único grau reconhecido pela Espiritualidade é o nivel moral de cada um, sendo certo que todos evoluirão até ao estado de Espirito Puro.


- Rejeito a generalização de interpretações cármicas para explicar a homosexualidade. Em geral, não nos é dado saber quem fomos nas vidas anteriores. Pode haver causas nessas vidas para a homosexualidade, mas, em geral, não sabemos se assim é, logo, entramos em especulações que só podem gerar descriminações e preconceitos e que não conduzem a lado nenhum.Pessoalmente aceito a homosexualidade, mas a minha disposição orgânica nesta vida não me obrigou a experimentar a mesma. Isso é para mim um bem, pois, se eu fosse homosexual, a minha existência neste planeta seria provavelmente mais dificil.



Em relação ao seu passado histórico, o Catolicismo tem sido progressivamente mais tolerante com as preferências sexuais. Tanto entre os adeptos como no quadro de sacerdotal, a presença declarada GLBTs é uma realidade incontestável. Historicamente, grande parte do clero e de suas congregações sempre funcionaram como oásis de proteção social ( tolerância e aceitação, ainda que camufladas) das pessoas que não se enquadravam nas convenções sexuais individuais e familiares. O sacerdócio sempre serviu de escudo para ocultar esse preconceito e rejeição da sociedade pelos homossexuais. Historicamente também, a atração de alguns tipos homossexuais pelas corporações disciplinares rígidas e dogmáticas, incluindo as militares, sempre foi um fato notório, igualmente como forma de camuflagem social.


Nas décadas de 60 e 70, quando da explosão da liberdade sexual, essas corporações, sobretudo do clero, passaram por uma grave crise vocacional. Só voltaram a se recuperar quando uma outra crise atingiu a sociedade: a instabilidade econômica. Essas corporações sempre foram também um porto seguro diante da incerteza e instabilidade econômica.


A rejeição pelas Igrejas Pentecostais mostra uma lamentável relação reciprocidade: “Eu só vou gostar de quem gosta de mim”. Na concepção protestante, com raríssimas exceções, os homossexuais continuam sendo vistos como desvios ou aberrações da natureza, quando não instrumentos de Satanás para perversão social da família. Essa ilógica mítica da teologia medieval – que se rivalizava radicalmente com o paganismo – coloca Deus e o Homem bem abaixo da idéia de perfeição e evolução. Nesses grupos protestantes o homossexualismo é tratado como uma questão de “regeneração pela salvação”, ou seja, o abandono da “degeneração”, a negação da condição homossexual como característica autêntica, pois esta é um desvio, um vício sexual;


e finalmente o resgate da heterossexualidade. Regenerado ou convertido, o indivíduo que estava “invertido” encontrará o equilíbrio e a conseqüente harmonia social que lhe impede de ser visto como pessoa “normal”. Poderá, inclusive constituir família e freqüentar as igrejas.Já os 19% de preferência pelo kardecismo revela algumas particularidades também curiosas. A doutrina espírita é essencialmente progressista, embora grande parte dos seus adeptos não consiga acompanhar essa constante progressão diante das transformações do mundo e da Ciência. Segundo o Livro dos Espíritos e as demais obras da Codificação, os seres humanos são Espíritos encarnados. Na essência, os Espíritos são bissexuais e se manifestam na carne pela lei biológica do gênero: ora pode ser masculino, ora pode ser feminino. Os ciclos evolutivos de reencarnações é que determinam a manifestação do sexo, pela prova (escolha) ou pela expiação (relação traumática de causa e efeito). O caso do homossexualismo é bastante semelhante com as transições ou mutaçõe s orgânicas, com o importante diferencial psíquico: o Espírito que realizou muitas encarnações num determinado sexo geralmente traz na existência atual os traços mentais das encarnações anteriores e isso muitas vezes marca o próprio corpo físico. A herança e as tendências de quem encarna não diz respeito apenas ao aspecto biológico, mas principalmente aos hábitos mentais e suas conseqüências carnais. Portanto, em tese e essência, o homossexualismo não é um desvio ou aberração natural, a não ser nos excessos passionais, possíveis pela liberdade de ação humana em qualquer opção e característica sexual. Pode ser, do ponto de vista moral ou das conseqüências de atitudes morais – nas relações afetivas -, um desvio relativo das referências éticas e dos valores cultivados socialmente pelo indivíduo ou pelo grupo do qual faz parte. Homossexuais também têm suas crenças e valores, liberais ou conservadores, formados em suas origens fam iliares. O livro Sexo e Destino, da série André Luiz (FEB Editora), psicografado pelo médium Chico Xavier, revela informações bastante compatíveis com a doutrina contida nas obras de Allan Kardec. Ali encontramos, por exemplo, relatos ilustrativos sobre a dinâmica social e espiritual das leis naturais e morais que afetam os Espíritos e os seres humanos encarnados nessa rotina das múltiplas existências. São experiências dramáticas de pessoas envolvidas em tramas afetivas, quase sempre solucionadas pela mudança de mentalidade em exercício pessoal e social, no próprio ambiente onde ocorreram os erros e danos morais. A reencarnação funciona, nesses casos, como veículo reparador de experiências fracassadas. Ora, esse tipo de conhecimento, para quem o aceita e digere mental e filosoficamente, provoca mudanças significativas na mentalidade e no comportamento. Muda pontos de vistas e conseqüentemente atitudes preconceituosas. É claro que nem todos os espíritas conseguem digerir plenamente tais informações, mas é o início de um processo de educação ou reeducação de conceitos e atitudes. Para os homossexuais esta pode ser, em tem sido, uma explicação bastante razoável para sua condição sexual conflitante, individual e coletivamente. A partir delas é possível refletir com mais clareza e maturidade sobre um assunto ainda tão polêmico e constrangedor para milhões de seres humanos. Como herdeiro do pensamento socrático e da tradição herética e libertária do cristianismo, o kardecismo é um revolucionador de paradigmas e conceitos, adversário natural do preconceito e do pensamento retrógrado. Nascemos dos preconceitos materialistas do século XIX que ainda hoje insiste em ver os fenômenos espíritas e o universo metafísico com coisas absurdas e sobrenaturais. Sabemos também que o conhecimento desperta para Verdade e que esta gera uma responsabilidade que muitos ainda não se sentem preparados para abraçar. Esperamos que esses números estatísticos cresçam cada vez mais entre os GLBTs. Muito mais importante ainda não é apenas a aceitação da Doutrina Espírita pelos homossexuais, mas aceitação incondicional dessa condição e opção sexual pelos espíritas e nas instituições sociais espíritas.



Consoante essas experiências tenderá para qualquer das duas opções e o fará nem sempre de acordo com sua aspiração interior, que poderá ser inverso ao que determina o meio socio-cultural.Emmanuel ensina na obra “Vida e Sexo” que o “Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas.” ( ) Além disso há vários fatores educacionais que poderiam contribuir para despertar no indivíduo as tendências sepultadas nas profundezas de seu inconsciente espiritual.

E, ainda que desempenhe papéis de acordo com a sua anatomia genital e que seu psiquismo se constitua de acordo com sua opção sexual, poderá ocorrer que se desperte com desejos de ter experiências afetivas com pessoas do mesmo sexo. Tal ocorrência poderá lhe tumultuar a consciência caracterizando, por aquele motivo, um transtorno psíquico-emocional.

A convivência do espírito com o sexo oposto ao que adotou em cada encarnação, bem como aquelas na qual exerceu sua opção sexual, irão plasmar em seu psiquismo as tendências típicas de cada polaridade. Explica Emmanuel, a homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação.”( )

Na questão 202 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga aos Espíritos: "Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?" "Isso pouco lhe importa” responderam os Benfeitores, “o que o guia na escolha são as provas por que haja de passar"( ) esclareceram os Espíritos. A genética tem tentado encontrar genes que explicariam a homossexualidade como sendo desvio de comportamento sexual. A psiquiatria tenta encontrar enzimas cerebrais que poderiam influenciar no comportamento sexual. Mas a sede real do sexo não se acha no veículo físico, porém na estrutura complexa do espírito. É por esse prisma que devemos encarar as questões relacionadas ao sexo. Dia virá que “a coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos”.

Não podemos confundir homossexualismo com desvio de caráter, até porque os deslizes sexuais de qualquer tendência têm procedências diversas. Suas raízes genésicas podem vir de profundidades íntimas insondáveis. “A própria filogênese( ) do sexo, que começa aparentemente no reino mineral, passando pelo vegetal e ao animal, para depois chegar ao homem, apresenta enorme variação de formas, inclusive a autogênese[geração espontânea] dos vírus e das células e a bissexualidade dos hermafroditas”( ), para alguns pesquisadores justifica o aparecimento de desvios sexuais congênitos.


Com a liberação sexual e a ascensão do feminino na sociedade contemporânea, a tolerância ao homossexualismo aumentou, permitindo que uma grande quantidade de pessoas que viviam no anonimato se expressasse naturalmente. Chico Xavier explica de forma clara o seguinte, “não vejo pessoalmente qualquer motivo para criticas destrutivas e sarcasmos incompreensíveis para com nossos irmãos e irmãs portadores de tendências homossexuais, a nosso ver, claramente iguais as tendências heterossexuais que assinalam a maioria das criaturas humanas. Em minhas noções de dignidade do espírito, não consigo entender porque razão esse ou aquele preconceito social impedirá certo número de pessoas de trabalhar e de serem úteis a vida comunitária, unicamente pelo fato de haverem trazido do berço características psicológicas e fisiológicas diferentes da maioria. (...)Nunca vi mães e pais, conscientes da elevada missão que a Divina Providencia lhes delega, desprezarem um filho porque haja nascido cego ou mutilado. Seria humana e justa nossa conduta em padrões de menosprezo e desconsideração, perante nossos irmãos que nascem com dificuldades psicológicas?”( )

A Doutrina Espírita é libertadora por excelência. Ela não tem o caráter tacanho de impor seus postulados às criaturas, tornando-as infelizes e deprimidas. A energia sexual pede equilíbrio no uso e não abuso ou repressão. O Espiritismo não condena a homossexualidade, contrariamente, recomenda-nos o respeito e fraterna compreensão para com os que têm preferências homoafetivas. Muitas vezes pode até ser alguém tangido pelo apelo permissivo que explode das águas tóxicas do exacerbado erotismo, somados aos diversos incentivadores pseudocientíficos da depravação, que podem estar desestruturando seu sincero projeto de edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada.( ) Por isso mesmo, não pode ser discriminado, nem rejeitado, pois, como admoesta Jesus, "aquele dentre vós que não tiver pecados, que atire a primeira pedra"( )...

Como já vimos com Emmanuel no início desta exposição, não há masculinidade plena, nem plena feminilidade na Terra. Tanto a mulher tem algo de viril, quanto o homem de feminil. Antigamente a educação muito rígida e repressiva contribuía para enquadrar o indivíduo ambisséxuo, em seu sexo natural.


Assumir a homossexualidade não significa mergulhar em um universo de atitudes extremadas e desafiadoras perante seu grupo de relacionamento familiar ou profissional, “mas fazer um profundo exercício de autoaceitação, asserenar-se por dentro a fim de poder reconhecer perante si mesmo e todo seu círculo de amigos e parentes que vive uma situação conflitante. O verdadeiro desafio é a construção interna para superar os desejos. E não estamos aqui referindo-nos exclusivamente a desejo sexual e sim a toda espécie de desejos que comandam a vida das criaturas.” ( )

Emmanuel enfatiza que “O mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie [homossexual], somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade devidos às criaturas heterossexuais.”( ) O homossexualismo não deve, pois, ser classificado como uma psicopatia ou comportamento merecedor de discriminação ou medidas repressivas. O homossexual, especialmente o "transexual", merece toda a nossa compreensão e ajuda, para que ele possa vencer sua luta de adaptação ao novo sexo adquirido com o renascimento.

Outra questão extremamente controvertida, para muitos cristãos, é a possibilidade da união estável (casamento) entre duas pessoas do mesmo sexo. Ante a miopia preconceituosa do falso purismo religioso da esmagadora maioria de cristãos supostamente “puros”, isso é uma blasfêmia. Isto torna o tema bastante complexo e, portanto, aberto para discussões. Porém, após refletir bastante sobre o assunto e, sobretudo, tendo como alicerce as opiniões de Chico Xavier, entendemos que a união estável (casamento) entre homossexuais é perfeitamente normal, sim.

Só conseguiremos entender melhor a questão homossexual depois que estivermos livres dos (pré)conceitos que nos acompanham há muitos milênios. Arriscaríamos a afirmar, que a legalização do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, é um avanço da sociedade, que estará apenas regulamentando o que de fato já existe.

Seria lícito a duas pessoas do mesmo sexo viverem sob o mesmo teto, como marido e mulher?A propósito, vasculhando fontes sobre esta mesma indagação encontramos em Folha Espírita a resposta de Emmanuel “A esta indagação o Codificador da Doutrina Espírita formulou a Questão 695, em O Livro dos Espíritos, com as seguintes palavras: ‘O casamento, quer dizer, a união permanente de dois seres, é contrário a lei natural?’ Os orientadores dos fundamentos da Doutrina Espírita responderam com a seguinte afirmação: ‘É um progresso na marcha da humanidade.’ Os amigos encarnados no plano físico com a tarefa de sustentar e zelar pelo Cristianismo Redivivo, na Doutrina Espírita, estão aptos ao estudo e conclusão do texto em exame.”( ) (grifamos)

Tanto o homossexual como o heterossexual devem buscar a sua reforma interior, não cedendo aos arrastamentos provocados pelos impulsos instintivos e sensuais. O que é ilícito ao hetero, também o é ao homossexual, ambos precisam “distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-las contra os desvios suscetíveis de corrompê-las. O sexo é uma fonte de bênçãos renovadoras do corpo e da alma”( )


Mister, portanto, reconhecer que ao serem identificadas os pendores homossexuais das pessoas nessa dimensão de prova ou de expiação, é imperioso se lhes oferte o amparo educativo pertinente, nas mesmas condições que se administra instrução à maioria heterossexual da sociedade

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