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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PORQUE ME TORNEI ESPIRITA ?

Em primeiro lugar quero informar a todos que já fui presbiteriano por muito tempo. Fiz um curso de 3 anos de teologia cristã na igreja do Cambuci / São Paulo, e obtive a formação pelo Sr. Pastor Ari. Quero amigos, através desse depoimento dizer o porque deixei a igreja e passei a ser espírita. Uma vez irmãos, tendo o conhecimento da verdade, pela busca incessante, torna-se difícil o r


egresso.
No ano de 1993, no decorrer do curso de teologia cristã, tínhamos que escolher um tema para formar a própria tese. Como eu sempre gostava de assuntos polêmicos, eu resolvi escolher uma que eu adorava combater frente às escrituras, a famosa reencarnação aceita e defendida por nossos irmãos espíritas. Minha intenção era não apenas criar a minha tese de pesquisa, mas dela fazer um livro para ser editado por uma editora cristã.
Juntei tudo o que vocês possam imaginar, tudo o que a teologia cristã nos ensina. E comecei a fazer as minhas pesquisas. Comecei a pesquisar a fonte da nossa Bíblia, ou seja, as escrituras hebraicas, o judaísmo. A cada passo que eu dava, era como uma afinetada em meu coração, comecei a ver que, a reencarnação não era uma crença somente espírita e que nem mesmo essa era a sua base. Mas a reencarnação vinha de tempos muito mais profundos, vinha também do povo que nos deu o livro sagrado. Quando descobri que o judaísmo era reencarnacionista, foi como uma apunhalada no coração. Porque tinham razão, os que afirmavam que a reencarnação também estava nas escrituras sagradas e o povo no qual a escreveu, a tinha como fé e crença. Realmente tive que dar o meu braço a torcer em saber que a reencarnação e ressurreição era um fé judaica e ensinada no judaísmo há mais de 4.500 anos.
Mas passei a questionar onde isso poderia ser verdade uma vez que há muitas passagens no velho testamento que negam isso. Então comecei a estudar o hebraico e por sorte tive um grande contato com um rabino, que alertou-me aos pontos tirados que estavam adulterados perante as escrituras hebraicas. Com todo esforço possível, vi realmente o quanto a Bíblia que eu tinha em minhas mãos, da autoria de João Ferreira de Almeida e Traduções Novo Mundo eram tendenciosas. Todos os possíveis versículos que se o judaísmo tem como base do Guilgul Neshamot (reencarnação para nós ocidental) foram adulterados e interpolados. Esse era um fato que mais me deixou triste, passava a enxergar que tinha inclinações todas as nossas Bíblias e essas estavam em muitos pontos distorcidos do original.
Mas o que eu podia dizer então dos evangelhos? Comecei então a recear de tudo até que me chegou uma Bíblia muito bem elaborada e posso afirmar, tem em base de 95 % uma tradução fiel a Tanack, é a chamada Bíblia de Jerusalém, feita por protestantes e católicos. Mas mesmo assim, onde havia os ensinamentos do guilguil neshamot, esses ainda estavam adulterados. Isso foi o que me deixava mais triste. Era saber irmãos que somos todos manipulados e quem realmente se põem a estudar hebraico para encontrar a verdade e ver as adulterações em nossa Bíblia? QUEM?????
Os evangelhos também tinham inclinações e gritantes, ainda mais, posso afirmar irmão, os evangelhos da Bíblia TRADUÇÃO NOVO MUNDO, tem interpolações, versículos retirados e foram baseados nos evangelhos criado pelos dois ocultista Westcott and Host. Esses dois fizeram um evangelho em grego para que pudessem servir como base de estudo e tradução. Estudem sobre eles.
Uma vez amigos, tendo aberto a porta do conhecimento, jamais voltamos a ser o que éramos, ou seja, abrimos os nossos olhos. Por fim, minha tese foi criada oposta do que eu tinha em mente e senti claramente a reprovação cristã em minha frente. Foi ai que fiquei afastado por quase 5 anos de qualquer religião. Fiquei enojado com a atitude dos homens que buscam manipular a massa que se nega a pesquisar e ir a fundo como eu fui.
Comecei a conhecer melhor o espiritismo depois de 5 anos de afastamento da igreja, onde meu coração estava mais brando. Hoje, embora espírita há muitos anos, tenho grande simpatia pelo Judaísmo, essa linda religião que tanto me fascina. Somente conheci mais profundamente Jesus Cristo quando comecei a estudar o espiritismo e o judaísmo, que por mais interessante que possa parecer, se cruzam nesse universo.

Abraços a todos. Aqui deixo um pouco de minha história.

Outro dia estava conversando com um amigo meu. Falávamos sobre crenças, costumes e filosofias de várias religiões e seus seguidores. Em determinado momento, comentei que eu havia estudado em colégio de freiras desde o pré primário até o ginasial (hoje chamado de ensino fundamental). Foi quando ele me questionou de quando eu teria me tornado espírita. Naquele instante veio à minha lembrança, um fato que aconteceu quando eu tinha uns 9 ou 10 anos de idade, eu acho. E foi aí que caiu a ficha do exato dia em que comecei a questionar a vida, a morte, o poder de Deus e quem era esse tal de Deus!
Naquela época, nós (eu e minha irmã) íamos todos os finais de semana com meu pai, na casa de minha avó paterna conhecida como Santinha, mas seu nome mesmo era Ernestina Mariana de Paula Simões Evans. Uma adorável senhorinha de 1,50 de altura, cabelos lisinhos, curtos e branquíssimos. Lindos e amáveis olhos azuis! Ela era minha madrinha de batismo e eu amava aquela velhinha que sempre nos dava um dinheirinho e fazia guloseimas deliciosas que comíamos sob o olhar reprovador do Sr. Leonel (meu pai) tentando diminuir um pouco a nossa gula. Com ela vivia o "Lulu", um cãozinho lindo! Ele era muito gorducho! Tinha as perninhas curtas, mas era de um porte até que grande com longos pêlos brancos por todo o corpo e um focinho cumprido e gelado! Sempre que eu ia para a casa da Vó Santinha, eu pedia para passear com Lulu pela rua só para ver a alegria daquele cachorro. Só de ouvir a palavra "passear" ele começava a correr de um lado para o outro do corredor, apontando o final da cozinha para mostrar onde que estava a coleira que deveríamos colocar nele para sairmos. Ele ficava tão feliz de saber que íamos passear, que era um custo colocar a coleira naquela bola de pelos branca e inquieta. Por fim, quando conseguíamos pôr a coleira nele, lá íamos, eu e ele, passear pela rua em frente a casa de minha avó. Ele já era velhinho, se eu não me engano ele devia estar com mais de 13 anos de idade.
Um dia, meu pai atendeu uma ligação informando que o Lulu não estava bem. Alguns dias depois o Lulu faleceu. Eu chorei muito! Demais! Não conseguia conceber que aquele bichinho que eu idolatrava tinha ido embora e que eu jamais o veria novamente. Meu pai foi até a casa de minha avó e enterrou o Lulu no jardim da casa dela. Foi nessa tristeza que me levantei no dia seguinte para a escola. Eu estava na quarta ou quinta série, não lembro, mas sei que quem dava a aula era a irmã Gisela. Estávamos intretidos em uma tarefa que ela tinha nos passado, quando comecei a lembrar-me do Lulu, e meus olhos se encheram de lágrimas. Minha colega ao lado perguntou o que tinha acontecido e respondi que eu sentia saudades do Lulu que havia morrido. Nesse momento, uma tristeza imensa oprimiu meu peito e eu comecei a chorar literalmente. Não conseguia me controlar, tamanha a triateza que eu sentia. Quando a Irmã Gisela viu que eu chorava, chegou perto de mim e perguntou o que havia acontecido. Respondi que o cãozinho da minha avó havia morrido e eu estava triste. Foi quando ela respondeu "Você sabe que é pecado chorar por animais?". Minhas lágrimas secaram imediatamente, mas não por ter sido consolada, mas por sentir uma raiva muito grande de Deus! Eu perguntei para a irmã: "Então Deus não ama os bichinhos, irmã?". Ela não respondeu, virou e foi continuar a aula. Naquele dia eu não rezei.
No dia seguinte eu também não rezei. No terceiro dia eu rezei com raiva e lembro que minha oração foi mais ou menos assim: "Eu acho que deveria ter alguém mais forte que você viu Deus, para poder te perdoar por não gostar dos bichinhos. Amém!"
E foi a partir desse dia que comecei a questionar Deus, Jesus, perdão, pecado, céu, inferno, graça, eucaristia, culpa, confissão e outras coisas. Sempre que ia para a casa de minha vó Santinha, sentia uma dor no coração ao ver o jardim sabendo que o Lulu estava lá debaixo da terra. Minha avó, vendo minha trizteza, me mostrou um livro que hoje é conhecido por todos, o Livro dos Espíritos. Ela explicou que se tratava de respostas a perguntas feitas a espíritos sobre a vida lá no além e que o Lulu povavelmente estaria em algum outro lugar em espírito, que eu não deveria ficar tão triste e que o Lulu ficaria chateado de saber que eu estava deprimida. Cheguei a folhear algumas páginas daquele livro misterioso e escrito por "fantasmas", afinal essa era minha concepção de espíritos na época, e fiquei maravilhada pois no livro eles falavam sobre máquinas voadoras e outras que nós não conseguiríamos ainda entender em virtude de nossa pouca evolução. Durante umas duas semanas e fiquei pensando nisso até que resolvi falar com o Lulu. Numa noite eu me peguei conversando com ele e lhe disse: "Lulu, se o que a vovó falou for verdade, então você ainda existe. E, se você existir, por favor, me dá um sinal de que você está vivo! Amanhã eu vou até a vovó. Quando eu chegar lá você me mostra esse sinal?"
Eu tinha apenas uns 09 ou 10 anos. Mas acreditei fielmente que o Lulu tivesse me ouvido e que ele me daria um sinal de sua existência em outro plano.
No dia seguinte fui para a casa de minha avó com uma ansiedade enorme! Achava que eu veria o Lulu em algum lugar. Logo que cheguei comecei a andar pela casa a procura do sinal do meu amigo, mas não encontrava. Cheguei a ver ainda sua coleira pendurada na porta da cozinha como sempre e senti um pontinha de dor! Como percebi que meus olhos começaram a marejar, resolvi ir para o jardim para que ninguem me visse chorando, então eu reconheci o sinal! Bem aonde o Lulu estava enterrado, havia nascido uma flor linda! Aquela flor aqueceu meu coração de uma forma tão maravilhosa que percebi o quanto eu tinha sido injusta com Deus por ter acreditado naquelas palavras infelizes da Irmã Gisela. Agora eu acreditava que o Lulu estava vivo e estava bem. Mais tarde descobri que minha Vó Santinha era espírita, então me tornei espírita também. Foi mais tarde também que fiquei sabendo que meu avô Leonel (pai do meu pai), não só era espírita como também era muito querido pela vizinhança pelos remédios caseiros que cultivava no quintal e fornecia gratuitamente àqueles que o procurassem para aliviar sua dores.
Quando eu me lembro da Irma Gisela me falando aquelas palavras, não sinto raiva, pelo contrário, agradeço à ela por, de uma determinada forma, ter me fornecido as verdadeiras pistas para minha futura e atual crença nesse nosso Deus maravilhoso! Grande beijo à todos.

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